quarta-feira, 9 de março de 2011

Trecho de "Veinte poemas de amor y una canción desesperada".


Pablo Neruda

"Quando não te doeu acostumar-te a mim, 
à minha alma solitária e selvagem, a meu nome que todo 
afugentam. 
Tantas vezes vimos arder o luzeiro nos beijando os olhos 
e sobre nossas cabeças destorcer-se os crepúsculos 
em girantes abanos. 
Sobre ti minhas palavras choveram carícias. 
Desde faz tempo amei teu corpo de nácar ensolarado. 
Chego a te crer a dona do universo. 
Te trarei das montanhas flores alegres, copihues, 
avelãs escuras, e cestas silvestres de beijos. 

Quero fazer contigo 
o que a primavera faz com as cerejas." 

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