Diego Batista
A maioria dos homens buscam viver tudo na vida de corpo e alma, são chamados poetas aqueles que somente conseguem viver de alma e alma.
Poetas não escolhem serem poetas, se tornaram instintivamente, assim como um Rhopalocera. Rastejaram insignificantemente pela terra como larvas. Desenvolveram-se em sua introspecção extrema de pupa, e chegaram ao imago abrindo suas lindas asas ao mundo, voam por ele; propagando sua mais singela beleza, livres e libertos da medíocre e limitada condição de simples inseto rastejante.
É possível que existam poetas que nunca escreveram, ou até mesmo analfabetos. Nenhuma escola e nem âmbito acadêmico pode formar poetas, estão além de seus controles, suas regras e teorias clausurais. Os poetas nascem da excentricidade simples, é um despertar em meio à escuridão.
Poetas são os seres dos extremos, não há meio termo nem equilíbrio para eles: amor e ódio, felicidade e tristeza, sanidade e insanidade, vida e morte...
Poetas são aqueles que sempre querem tudo e agora.
Poetas não experimentam, fazem experiências.
Poetas não são sentimentalistas desenfreados, esses são os tolos. Eles enxergam de dentro para fora, conseguem ver aquilo que ninguém mais vê.
Só os poetas conseguem viajar a si mesmos e sempre trazer presentes e novidade de lá.
Ser poeta não é um ofício ou ocupação informal. Ser poeta é um estado de vida, formado e moldado na liricidade intrínseca da própria vida.
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